Ex-procurador mexicano acusado no caso do desaparecimento de 43 estudantes em 2014 recebe prisão domiciliar por motivos de saúde.

O ex-procurador-geral mexicano, Jesús Murillo Karam, que enfrenta um processo pelo desaparecimento de 43 estudantes no México em 2014, foi transferido para sua casa no último sábado (13) após um juiz decretar prisão domiciliar para o continuo do seu caso judicial. A medida foi concedida devido à idade avançada e ao estado de saúde do funcionário, que tem 76 anos e estava preso desde agosto de 2022.

A transferência de Murillo Karam ocorreu na terça-feira, quando ele foi escoltado por um comboio da Guarda Nacional da prisão para sua residência, conforme imagens divulgadas pela rede ForoTV. A Comissão da Verdade Ayotzinapa (CoVAJ), criada pelo governo do presidente Andrés Manuel López Obrador para esclarecer o caso, manifestou desaprovação em relação à prisão domiciliar concedida ao ex-procurador.

A CoVAJ afirmou que a medida enviou uma mensagem de impunidade às vítimas e à sociedade, reiterando seu compromisso de trabalhar junto aos familiares dos estudantes desaparecidos. Murillo Karam é conhecido por sua participação na elaboração da “verdade histórica”, relatório final entregue por seu escritório que afirmava que os 43 estudantes foram detidos por policiais corruptos e repassados a traficantes de drogas, que posteriormente os assassinaram e incineraram seus corpos.

Essa versão é contestada pelas famílias das vítimas e por especialistas da Comissão Interamericana de Direitos Humanos, que conduziram uma investigação paralela. Até o momento, apenas os restos mortais de três alunos foram encontrados, e desde 2022, 132 pessoas, incluindo 14 militares e o ex-procurador, tiveram suas prisões decretadas.

A polêmica em torno do desaparecimento dos estudantes em Ayotzinapa continua a gerar repercussão e levanta questionamentos sobre a atuação das autoridades mexicanas no caso. A transferência de Murillo Karam para prisão domiciliar reacendeu o debate sobre a busca por justiça e as dúvidas que cercam a investigação do lamentável episódio ocorrido em 2014.

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