Movimento Fica Oficinas Culturais protesta contra fechamento de oficinas em São Paulo e lança carta em defesa do programa.

Neste sábado (13), o movimento Fica Oficinas Culturais organizou um ato em São Paulo contra o fechamento das oficinas culturais, em defesa de uma política histórica do estado. As manifestações ocorreram nas três oficinas culturais da capital paulista: Oswald de Andrade, no Bom Retiro, Alfredo Volpi, em Itaquera, e Juan Serrano, na Brasilândia.

Durante o evento, foi lançada a Carta em Defesa das Oficinas Culturais do Estado de São Paulo, com o intuito de revogar o decreto que encerrou o programa. A organização, formada por coletivos ligados à cultura, recebeu o apoio de artistas, ex-secretários municipais e estaduais, intelectuais, atores e líderes de partidos políticos como PT, PSB, PDT, PSOL, PCdoB, PV e Rede Sustentabilidade.

O fechamento das oficinas culturais foi anunciado pela Secretaria Estadual de Cultura, Economia e Indústria Criativas através do Decreto nº 68.405, de 21/03/2024. Para os manifestantes, esta decisão não apenas privará diversas comunidades de acesso à cultura, mas também terá impactos negativos na economia e na vida cultural de São Paulo.

Para Marco Valadares, membro do coletivo Bom Retiro é o Mundo, o programa das oficinas culturais existe há 38 anos e passará por mudanças que afetarão todos os locais onde está presente. Ele ressalta que a proposta de “reformulação” do programa na verdade representa o seu fechamento, prejudicando trabalhadores da cultura e a população em geral.

Segundo Valadares, as estatísticas mostram a importância e o alcance do programa: em 2023, a Oficina Cultural Alfredo Volpi realizou 217 atividades, com mais de 23 mil participantes. Na Juan Serrano, que será fechada, foram realizadas 240 atividades e atendidas mais de 21 mil pessoas. Já na Oswald de Andrade, foram promovidas 383 atividades para um público de mais de 42 mil pessoas, com programação distribuída para 155 municípios do interior e 16 com atividades online.

As oficinas culturais, criadas em 1986 durante o governo Franco Montoro, são reconhecidas pela sua importância como fonte de conexão cultural, experimentação artística e formação para pessoas de todas as idades em centenas de municípios paulistas. A comunidade artística e cultural de São Paulo se mobiliza para garantir a continuidade deste programa vital para a diversidade cultural e o acesso à arte no estado.

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