Aumento alarmante de feminicídios no Rio de Janeiro preocupa autoridades e especialistas em segurança pública e direitos das mulheres.

Na semana passada, a violência contra a mulher voltou a chocar a população do Rio de Janeiro. Uma mulher de 39 anos foi brutalmente assassinada pelo ex-companheiro que, após o ataque, incendiou seu corpo em uma plataforma de trem na zona oeste da cidade. Mesmo sendo levada para o hospital, a vítima não resistiu aos ferimentos. O agressor, em seguida, tirou a própria vida ao se jogar da Ponte Rio-Niterói.

No dia seguinte, um novo caso de violência doméstica foi registrado em Nova Iguaçu, onde uma mulher foi gravemente queimada durante uma discussão com seu companheiro. O homem jogou álcool no quarto do casal e ateou fogo, resultando em queimaduras na vítima que precisou ser hospitalizada.

Esses dois casos são apenas exemplos de uma triste realidade que vem crescendo no estado do Rio de Janeiro. De acordo com dados do Instituto de Segurança Pública do Rio de Janeiro, os números de feminicídios e tentativas de feminicídio têm aumentado significativamente. Em comparação com o mesmo período do ano anterior, houve um aumento de 47,8% nos registros desses crimes.

O governo do Rio de Janeiro, por meio de nota oficial, afirmou que o combate à violência contra a mulher é uma prioridade e destacou o trabalho das 14 delegacias de Atendimento à Mulher espalhadas pelo estado. Entretanto, pesquisadoras e ativistas apontam que é necessário investir mais em campanhas preventivas, educativas e em serviços de acolhimento para as mulheres em situação de violência.

A socióloga Jacqueline Pitanguy ressaltou a importância de não apenas punir os agressores, mas de promover uma mudança cultural profunda que desconstrua a estrutura patriarcal enraizada na sociedade brasileira. Ela também chamou atenção para a subnotificação dos casos de violência contra a mulher, evidenciando que muitas vítimas não têm acesso aos recursos necessários para buscar ajuda.

Diante desse cenário alarmante, é fundamental que a sociedade como um todo se mobilize para combater a violência de gênero e garantir a segurança e os direitos das mulheres. A luta contra o feminicídio não deve ser apenas uma responsabilidade do Estado, mas de toda a sociedade, que precisa se unir para criar um ambiente seguro e igualitário para todos.

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