Associação dos Juízes Federais pede revogação de decisão que afastou juíza Gabriela Hardt da Operação Lava Jato, surpreendendo a todos.

A Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe) se manifestou nesta segunda-feira (15) em defesa da juíza federal Gabriela Hardt, sucessora de Sergio Moro no comando da Operação Lava Jato, e de mais um juiz e dois desembargadores que foram afastados de suas funções pelo corregedor nacional de Justiça, Luís Felipe Salomão.

Em nota à imprensa, a Ajufe expressou surpresa diante da decisão e ressaltou que a competência para deliberar sobre o afastamento dos magistrados seria do plenário do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), o qual irá julgar a matéria na sessão marcada para o dia 16 de abril. A associação considerou inadequado o afastamento por decisão monocrática às vésperas do julgamento no CNJ.

A instituição também defendeu a conduta ilibada dos magistrados afastados, destacando décadas de bons serviços prestados à magistratura nacional sem qualquer mácula em seus currículos. Para a Ajufe, os afastamentos foram absolutamente desarrazoados.

Luís Felipe Salomão justificou o afastamento de Gabriela Hardt com base em irregularidades em decisões que autorizaram o repasse de R$ 2 bilhões oriundos de acordos da Lava Jato para um fundo gerido pela força-tarefa da operação. O corregedor apontou também a possibilidade de discussões sobre os termos do acordo fora dos autos, incluindo o uso de aplicativo de mensagens.

A juíza Gabriela Hardt, por meio de sua assessoria de imprensa, optou por não se manifestar sobre o afastamento. A liminar que determinou o afastamento dos magistrados será avaliada pelo plenário do CNJ na sessão de amanhã.

É importante destacar que a decisão de Salomão gerou controvérsias e trouxe à tona o debate sobre os limites das ações dos corregedores no âmbito do Judiciário, levantando questões sobre a independência dos magistrados e a necessidade de garantir um processo justo e transparente em todas as instâncias da Justiça.

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