Comando Vermelho amplia controle territorial no Grande Rio, ultrapassando milícias: pesquisa revela crescimento de 8,4% em 2023.

No Rio de Janeiro, o Comando Vermelho (CV) mostrou sua força ao expandir seu controle territorial em 2023, ultrapassando as milícias e se estabelecendo como a principal facção criminosa na região. De acordo com uma pesquisa realizada pelo Grupo de Estudos dos Novos Ilegalismos da Universidade Federal Fluminense (Geni/UFF) e pelo Instituto Fogo Cruzado, o CV aumentou sua presença em 8,4%, passando a controlar 51,9% das áreas ocupadas por grupos criminosos.

Essa mudança representou uma inversão de tendência em relação aos anos anteriores, onde as milícias dominavam uma porção significativa do território. No entanto, as milícias sofreram uma redução de 19,3% em suas áreas de atuação, agora respondendo por apenas 38,9% dos territórios controlados por criminosos.

O estudo revelou que o Comando Vermelho conseguiu retomar 242 km² que haviam sido perdidos para as milícias em 2021. Esse avanço foi especialmente marcante na Baixada Fluminense e no Leste Metropolitano, enquanto as milícias tiveram suas maiores perdas na Baixada e na zona oeste da cidade do Rio de Janeiro.

A instabilidade gerada pela morte de Ecko, uma das principais lideranças das milícias, abriu espaço para que outras facções como o CV se fortalecessem. Com isso, o CV assumiu a liderança e demonstrou sua capacidade de expansão em meio ao cenário de conflito entre grupos criminosos.

Além do CV, outras facções como Terceiro Comando Puro (TCP) e Amigos dos Amigos (ADA) também tiveram recuos em seus territórios. A pesquisa mostrou que, ao longo dos últimos 15 anos, a área controlada por grupos criminosos na região metropolitana do Rio de Janeiro mais do que duplicou, chegando a 18,2%.

Diante desse cenário, especialistas afirmam a importância de políticas públicas efetivas para desarticular as redes econômicas que sustentam os grupos armados e garantir a proteção dos funcionários públicos que atuam em áreas controladas por facções criminosas. Enquanto não houver medidas concretas nesse sentido, a dinâmica de disputa territorial entre facções como o CV e as milícias continuará a impactar a segurança na região do Grande Rio.

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