Essa mudança representou uma inversão de tendência em relação aos anos anteriores, onde as milícias dominavam uma porção significativa do território. No entanto, as milícias sofreram uma redução de 19,3% em suas áreas de atuação, agora respondendo por apenas 38,9% dos territórios controlados por criminosos.
O estudo revelou que o Comando Vermelho conseguiu retomar 242 km² que haviam sido perdidos para as milícias em 2021. Esse avanço foi especialmente marcante na Baixada Fluminense e no Leste Metropolitano, enquanto as milícias tiveram suas maiores perdas na Baixada e na zona oeste da cidade do Rio de Janeiro.
A instabilidade gerada pela morte de Ecko, uma das principais lideranças das milícias, abriu espaço para que outras facções como o CV se fortalecessem. Com isso, o CV assumiu a liderança e demonstrou sua capacidade de expansão em meio ao cenário de conflito entre grupos criminosos.
Além do CV, outras facções como Terceiro Comando Puro (TCP) e Amigos dos Amigos (ADA) também tiveram recuos em seus territórios. A pesquisa mostrou que, ao longo dos últimos 15 anos, a área controlada por grupos criminosos na região metropolitana do Rio de Janeiro mais do que duplicou, chegando a 18,2%.
Diante desse cenário, especialistas afirmam a importância de políticas públicas efetivas para desarticular as redes econômicas que sustentam os grupos armados e garantir a proteção dos funcionários públicos que atuam em áreas controladas por facções criminosas. Enquanto não houver medidas concretas nesse sentido, a dinâmica de disputa territorial entre facções como o CV e as milícias continuará a impactar a segurança na região do Grande Rio.