Além do afastamento de Gabriela Hardt, Salomão determinou também a suspensão das atividades de dois desembargadores e um juiz do Tribunal Regional Federal (TRF) da 4ª Região. Os desembargadores Carlos Eduardo Thompson Flores e Loraci Flores de Lima, juntamente com o juiz Danilo Pereira Júnior, foram afastados de maneira cautelar, e suas situações serão avaliadas durante a próxima sessão do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), marcada para amanhã (16).
O corregedor fundamentou suas decisões em supostas irregularidades cometidas pelos magistrados no decorrer das investigações da Lava Jato. No caso de Gabriela Hardt, Salomão apontou que a juíza teria autorizado o repasse de cerca de R$ 2 bilhões provenientes de acordos firmados com os investigados para um fundo administrado pela força-tarefa da operação, prática que foi interrompida pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em 2019.
Salomão destacou que Gabriela Hardt teria permitido a “recirculação de valores” oriundos de acordos de delação e leniência, descumprindo deveres funcionais e configurando infrações administrativas graves. A decisão do corregedor também sugere que a juíza tenha discutido os termos do acordo fora dos autos, através de aplicativos de mensagens como o WhatsApp.
A assessoria de imprensa da Justiça Federal em Curitiba informou que Gabriela Hardt não irá se pronunciar a respeito do afastamento. A decisão de Salomão levanta questionamentos sobre a conduta dos magistrados envolvidos na Lava Jato e reforça a importância da transparência e ética no exercício das funções judiciais.
Diante da repercussão gerada por essas decisões, é fundamental que o CNJ analise com rigor os casos dos magistrados afastados, garantindo a seriedade e integridade das investigações. A sociedade espera que a Justiça seja feita e que os responsáveis por eventuais infrações sejam devidamente responsabilizados, contribuindo para a manutenção da confiança no sistema judicial do país.