Debates acalorados sobre proposta de emenda à Constituição sobre drogas marcam sessão temática no Senado nesta segunda-feira.

Senadores, especialistas e representantes da sociedade civil se reuniram hoje (15) no Plenário do Senado para debater a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 45/2023, que trata do tema das drogas. Presidida pelo senador Jaques Wagner (PT-BA), a sessão tem como objetivo discutir os diversos pontos de vista sobre a questão e preparar o terreno para a votação em primeiro turno, prevista para amanhã (16).

Um dos destaques do debate foi a fala da médica psiquiatra Camila Magalhães Silveira, que defendeu uma abordagem mais humanizada em relação ao uso de drogas. Com mais de 25 anos de experiência no atendimento a usuários e familiares, a especialista destacou a complexidade do problema e a necessidade de políticas que visem à saúde e ao bem-estar das pessoas, ao invés da criminalização.

Por outro lado, o médico psiquiatra Ronaldo Laranjeira, que lidera a Unidade de Pesquisa em Álcool e Drogas da Unifesp, se mostrou favorável à aprovação da PEC. Com décadas de experiência na área da dependência química, ele citou exemplos internacionais para embasar sua posição, argumentando que a legalização da maconha em alguns países resultou em aumento do consumo entre os jovens e fortalecimento do mercado ilegal.

O debate também contou com a participação do químico industrial Ubiracir Lima, que ressaltou o potencial terapêutico e econômico da cannabis e defendeu investimentos em pesquisa e desenvolvimento nesse campo. Por outro lado, o deputado federal Osmar Terra (MDB-RS) alertou para os riscos do uso de maconha, ligando o consumo da droga a problemas mentais e físicos graves.

Diante de opiniões divergentes e dados conflitantes, a discussão sobre a PEC 45/2023 promete se estender e envolver diversos setores da sociedade. A votação em primeiro turno, marcada para amanhã, será acompanhada com atenção por todos os envolvidos no tema das drogas no Brasil.

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