Estudantes e professores da UBA manifestam repúdio ao drástico ajuste do governo com aulas públicas e abraços simbólicos aos prédios da universidade.

Estudantes e professores da Universidade de Buenos Aires (UBA) estão mobilizados em protesto contra um drástico ajuste do governo que coloca em risco o funcionamento da instituição em um prazo de dois ou três meses. O presidente ultraliberal Javier Milei não atualizou o orçamento da universidade, que opera com recursos de 2023, em um momento em que a inflação no país atinge 288% ao ano.

O reitor da UBA, Ricardo Gelpi, em entrevista coletiva nesta quinta-feira (18), alertou para a possibilidade iminente de fechamento da universidade caso a situação não seja revertida. Com mais de 300 mil alunos, a UBA é considerada a mais importante do país, e Gelpi ressaltou que nunca houve uma crise tão grave nos últimos 40 anos de democracia argentina.

Diante da emergência orçamentária declarada pela instituição, medidas de restrição foram adotadas, como o uso limitado de eletricidade e gás, levando a salas de aula e corredores na penumbra, sem ar condicionado ou aquecimento. Além disso, elevadores foram reservados apenas para pessoas com deficiência.

A comunidade universitária, juntamente com outras instituições de ensino em todo o país, convocou uma marcha nacional para o dia 23 de abril, em uma tentativa de ampliar a pressão contra os cortes. Nas últimas semanas, aulas públicas foram oferecidas nas ruas e um abraço simbólico foi dado ao hospital das Clínicas, instituição ligada à UBA que opera com sérias restrições devido à falta de recursos.

O governo se manifestou garantindo que as universidades não serão fechadas, porém a situação preocupa os estudantes, professores e funcionários da UBA, que continuam lutando por mais investimentos para a educação no país. O cenário de incerteza coloca em xeque o futuro de centenas de milhares de argentinos que dependem da universidade para sua formação e desenvolvimento profissional.

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