Anvisa discute regulamentação de cigarros eletrônicos no Brasil diante de preocupações com impactos na saúde pública

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) está em pauta nesta sexta-feira (19) para discutir a regulamentação dos cigarros eletrônicos no Brasil. A reunião, que estava inicialmente marcada para quarta-feira (17), precisou ser adiada devido a problemas técnicos e operacionais identificados no canal oficial de transmissão da agência no YouTube.

Desde 2009, a Anvisa proíbe a fabricação, comercialização, importação e propaganda de dispositivos eletrônicos para fumar, conhecidos popularmente como vape. No ano passado, a diretoria colegiada aprovou por unanimidade um relatório técnico que indicava a necessidade de manter a proibição desses dispositivos e adotar medidas adicionais para combater o comércio ilegal, como ações de fiscalização e campanhas educativas.

Os cigarros eletrônicos, também chamados de vape, pod, e-cigarette, entre outros nomes, têm sido cada vez mais populares, principalmente entre os jovens, apesar da proibição no Brasil. A Anvisa abriu consulta pública para debater a situação desses dispositivos no país. Recentemente, a agência recebeu mais de 7 mil contribuições sobre o tema.

Apesar da promessa de serem menos nocivos que os cigarros tradicionais, os cigarros eletrônicos contêm nicotina, uma substância psicoativa que pode levar à dependência. A Associação Médica Brasileira alerta para os riscos do uso desses produtos, que podem conter substâncias toxicas e cancerígenas nos aerossóis.

Um surto de doença pulmonar em usuários de cigarros eletrônicos foi registrado entre agosto de 2019 e fevereiro de 2020, nos Estados Unidos, com quase 3 mil casos e 68 mortes confirmadas. No Brasil, tramita no Senado um projeto de lei que autoriza a produção e importação desses dispositivos.

A Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar revelou que uma parcela significativa de jovens brasileiros já experimentou cigarro eletrônico, narguilé e cigarro convencional. O Brasil é conhecido internacionalmente por sua política de controle do tabaco, implementando medidas da Organização Mundial de Saúde para reduzir o consumo de tabaco e proteger a saúde da população.

A discussão sobre cigarros eletrônicos continua em pauta, enquanto as autoridades procuram encontrar o equilíbrio entre a proibição e a regulamentação desses dispositivos, levando em consideração os possíveis impactos na saúde pública e no uso abusivo por parte dos jovens.

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo