Desde 2009, a Anvisa proíbe a fabricação, comercialização, importação e propaganda de dispositivos eletrônicos para fumar, conhecidos popularmente como vape. No ano passado, a diretoria colegiada aprovou por unanimidade um relatório técnico que indicava a necessidade de manter a proibição desses dispositivos e adotar medidas adicionais para combater o comércio ilegal, como ações de fiscalização e campanhas educativas.
Os cigarros eletrônicos, também chamados de vape, pod, e-cigarette, entre outros nomes, têm sido cada vez mais populares, principalmente entre os jovens, apesar da proibição no Brasil. A Anvisa abriu consulta pública para debater a situação desses dispositivos no país. Recentemente, a agência recebeu mais de 7 mil contribuições sobre o tema.
Apesar da promessa de serem menos nocivos que os cigarros tradicionais, os cigarros eletrônicos contêm nicotina, uma substância psicoativa que pode levar à dependência. A Associação Médica Brasileira alerta para os riscos do uso desses produtos, que podem conter substâncias toxicas e cancerígenas nos aerossóis.
Um surto de doença pulmonar em usuários de cigarros eletrônicos foi registrado entre agosto de 2019 e fevereiro de 2020, nos Estados Unidos, com quase 3 mil casos e 68 mortes confirmadas. No Brasil, tramita no Senado um projeto de lei que autoriza a produção e importação desses dispositivos.
A Pesquisa Nacional de Saúde do Escolar revelou que uma parcela significativa de jovens brasileiros já experimentou cigarro eletrônico, narguilé e cigarro convencional. O Brasil é conhecido internacionalmente por sua política de controle do tabaco, implementando medidas da Organização Mundial de Saúde para reduzir o consumo de tabaco e proteger a saúde da população.
A discussão sobre cigarros eletrônicos continua em pauta, enquanto as autoridades procuram encontrar o equilíbrio entre a proibição e a regulamentação desses dispositivos, levando em consideração os possíveis impactos na saúde pública e no uso abusivo por parte dos jovens.