Como relatora da ONU para a defesa dos direitos humanos, Lawlor encerrou uma viagem de onze dias pelo Brasil, em que se reuniu com autoridades e ativistas em diferentes regiões do país. Após visitar estados como Bahia, Pará, São Paulo e Mato Grosso do Sul, a especialista ressaltou as ameaças particularmente voltadas para as comunidades indígenas e quilombolas.
Lawlor destacou a importância da demarcação e propriedade de terras como forma de garantir a segurança dos defensores dos direitos humanos e evitar ataques e assassinatos. Ela também chamou a atenção para o papel das empresas e dos mercados na alimentação de conflitos, através de práticas “extrativistas, neocoloniais e predatórias”.
Durante seu pronunciamento, Lawlor fez um apelo ao presidente Lula e às autoridades governamentais para combater as forças corruptas e capitalistas que ameaçam os defensores dos direitos humanos no Brasil. Ela ressaltou a “impunidade endêmica” no país, que permite que os ataques contra ativistas não sejam devidamente punidos, contribuindo para um ambiente de violência e ameaça.
Entre 2019 e 2022, 169 ativistas de direitos humanos foram assassinados no Brasil, conforme relatado por organizações não governamentais. Lawlor deverá apresentar seu relatório final ao Conselho de Direitos Humanos da ONU em março de 2025, destacando a urgência de se proteger e garantir a segurança dos defensores dos direitos humanos no Brasil.