Acordo de Escazú reúne países para criar plano de proteção aos defensores ambientais na América Latina, a região mais perigosa do mundo.

A proteção dos defensores do meio ambiente na América Latina se tornou o tema central de uma reunião que está sendo realizada desde segunda-feira (22) no Chile. Quinze países que fazem parte do Acordo de Escazú estão discutindo um ambicioso plano para garantir a segurança e o trabalho dos ativistas ambientais, em meio aos diversos conflitos em torno da terra e da água que enfrentam na região.

Esse Acordo, assinado em 2018 na Costa Rica, é o primeiro tratado da América Latina que assegura o acesso à informação em questões ambientais, o direito à participação cidadã em decisões relacionadas ao meio ambiente e a proteção dos defensores da natureza. O Chile e o Uruguai elaboraram uma proposta para implementar o Plano de Proteção, que visa proteger os ativistas ambientais diante dos riscos que enfrentam, como conflitos com grandes empresas e máfias envolvidas em atividades ilegais, como mineração e desmatamento.

Durante a cerimônia de abertura da reunião, o presidente do Chile, Gabriel Boric, destacou a importância de defender aqueles que defendem a vida. Com base em dados da organização Global Witness, entre 2012 e 2022, 1.910 defensores do meio ambiente foram assassinados em todo o mundo, sendo a maioria na América Latina. A região é considerada a mais perigosa para os defensores ambientais, de acordo com Javier Medina, secretário adjunto da Cepal.

Os representantes dos 15 países, juntamente com membros da sociedade civil, incluindo grupos indígenas, estão tentando estabelecer um plano de ação para a implementação do programa de proteção até quarta-feira. A estudante e defensora mapuche, Rayén Rupayán, de 22 anos, ressaltou a importância de proteger aqueles que estão defendendo os territórios, sem se opor ao desenvolvimento, mas sim garantindo a proteção de suas vidas.

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