Uma das iniciativas do presidente foi a criação de uma comissão para detectar irregularidades no setor público, além de denunciar à Justiça uma ministra do governo anterior por uma compra questionável de vacinas contra a Covid-19. Outra ação foi destituir a ministra do Meio Ambiente por suposto “mau uso de recursos” do Estado.
No entanto, analistas políticos destacam que as ações de Arévalo são consideradas “decentes” em um país marcado pelo índice de corrupção. Apesar disso, há críticas pela falta de uma estratégia anticorrupção mais efetiva e pela ausência de iniciativas de lei ou políticas públicas nesse sentido.
O constitucionalista Edgar Ortiz ressalta que, até o momento, apenas “boas intenções” foram evidenciadas, mas falta um plano consistente para combater a corrupção. Enquanto isso, Arévalo enfrenta um impasse com a procuradora-geral Consuelo Porras, que o acusa de lavagem de dinheiro em seu partido político.
A manobra de Arévalo para tentar destituir Porras através da Suprema Corte é vista como um “grande erro” por especialistas, que apontam a fragilidade do sistema judicial guatemalteco diante de possíveis manipulações. Além disso, a procuradora busca fortalecer sua posição através de alianças com legisladores da oposição.
A falta de ações contundentes contra a corrupção e a manutenção do embate com a procuradora-geral colocam Arévalo em uma situação de “alto risco”, segundo especialistas. O presidente da Guatemala enfrenta desafios em sua promessa de combate à corrupção, sem um plano claro para superar os obstáculos políticos e judiciais em seu caminho.
