A proposta inicial, apresentada pelo ex-premier Boris Johnson em 2022, previa que imigrantes que chegassem de forma irregular, como em barcos improvisados no perigoso Canal da Mancha, seriam enviados para Ruanda com uma “passagem só de ida”. Mesmo após ser considerada ilegal pela Suprema Corte britânica, a proposta passou por modificações e adaptações até ser aprovada e encaminhada para a sanção do Rei Charles III.
O acordo entre o Reino Unido e Ruanda prevê uma cooperação financeira de 120 milhões de libras, valor que aumentou ao longo dos anos, chegando a mais de US$ 300 milhões. No entanto, a proposta enfrentou forte resistência da oposição e de organizações de defesa dos direitos dos imigrantes, destacando preocupações em relação aos direitos humanos no país africano.
O presidente de Ruanda, Paul Kagame, foi criticado por suprimir a liberdade de opinião e restringir vozes de oposição, levantando dúvidas sobre a capacidade do país africano em garantir a legalidade dos processos dos imigrantes e requerentes de asilo.
A iniciativa de enviar imigrantes para Ruanda é uma das bandeiras do governo de Rishi Sunak, que busca controlar a imigração no Reino Unido. No entanto, a medida enfrentou resistência e críticas, especialmente diante das incertezas sobre a capacidade do país africano em lidar com os requerentes de asilo de forma adequada.
Após uma intensa batalha parlamentar, a lei foi aprovada e aguarda a sanção real para entrar em vigor. Os detalhes sobre os primeiros voos para Ruanda ainda não foram divulgados, mas é esperado que a medida atinja os imigrantes que chegam anualmente ao Reino Unido pela travessia do Canal da Mancha.
Apesar da aprovação da lei, ainda há incertezas e possíveis questionamentos judiciais, especialmente em relação aos direitos humanos e à legalidade do envio dos imigrantes para Ruanda. O debate sobre o tema ainda está longe de terminar, e novos capítulos dessa polêmica história ainda estão por vir.
