Banco Central deixa câmbio flutuar para absorver reprecificação global dos ativos, diz diretor de Política Monetária

O diretor de Política Monetária do Banco Central, Gabriel Galípolo, abordou em um evento realizado nesta quarta-feira (24) a recente volatilidade do dólar e como o câmbio flutuante foi utilizado para absorver a reprecificação global dos ativos. Durante o “Upload Summit”, Galípolo destacou que o movimento observado é predominantemente de valorização do dólar, especialmente diante das expectativas de redução dos juros em diversas regiões do mundo, o que tende a fortalecer a moeda norte-americana.

Além disso, o diretor mencionou a relação entre o yuan e o real, apontando para uma maior utilização de linhas de swaps relacionadas a essas moedas por parte de bancos brasileiros. Ele destacou que as mudanças no sistema tributário, incluindo a reforma em andamento, têm sido benéficas para atrair investimentos estrangeiros, apesar da volatilidade cambial ser vista como um potencial obstáculo para investimentos de longo prazo no Brasil.

Galípolo ressaltou que, nos diálogos com investidores internacionais, é comum o reconhecimento das complexidades do sistema tributário brasileiro, mas ao mesmo tempo, há elogios ao ambiente de negócios do país, que se beneficia de um sistema financeiro avançado e tecnologicamente desenvolvido. No entanto, a volatilidade cambial ainda é apontada como um dos fatores que podem desencorajar investimentos de longo prazo.

Por fim, o diretor do Banco Central destacou a importância de se acompanhar o cenário global e as mudanças nos fundamentos econômicos para compreender a dinâmica do mercado cambial e suas consequências para os investimentos no Brasil. Em um contexto de incertezas e volatilidade, a capacidade de adaptação e a utilização criativa de instrumentos financeiros como swaps se tornam essenciais para lidar com as oscilações do mercado de câmbio.

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