Estudo aponta que mudança social, e não violência, pode explicar a drástica redução da população masculina há milhares de anos.

Pesquisa aponta mudanças sociais como motivo da redução da população masculina há milhares de anos

Uma pesquisa publicada recentemente, realizada por uma equipe francesa do Centro Nacional de Pesquisas Científicas (CNRS) do Museu Nacional de História Natural (MNHN) e da Universidade Paris Cité, apontou que a notável redução da população masculina há milhares de anos em todo o mundo pode ser explicada mais por uma mudança social do que por uma onda de violência sem precedentes.

De acordo com o estudo, essa redução teria ocorrido devido à transição de um sistema reprodutor diversificado para outro baseado em uma linha patrilinear, onde a descendência é contada pela linha paterna. Isso teria resultado em alguns clãs com menor capacidade de reprodução, afetando toda a sua descendência.

O episódio teria ocorrido ao final do Neolítico, entre 3.000 e 5.000 anos atrás, e representou uma queda abrupta na quantidade do cromossomo Y, responsável pelas características sexuais masculinas. Essa queda foi identificada recentemente por meio da análise dos cromossomos e dos homens atuais.

Segundo Raphaëlle Chaix, especialista em antropologia genética do CNRS e coautora do estudo, essa análise genética permite “voltar no tempo” e identificar eventos específicos, como a queda na quantidade de homens reproduzindo-se na Europa há aproximadamente 5.000 anos.

A pesquisa contradiz estudos anteriores que apontavam a violência entre clãs como causa da redução da população masculina. A hipótese levantada pelos pesquisadores sugere que a mudança na organização social pode ter sido o principal motivo dessa redução, e não necessariamente a violência.

Os pesquisadores agora pretendem expandir o estudo para diferentes regiões do mundo, a fim de contar uma história mais específica sobre as mudanças sociais que impactaram a população masculina ao longo dos anos.

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