Protestos pró-Palestina persistem em universidades americanas apesar de mais de 200 prisões e repressão policial intensa.

O clima de protesto pró-palestina continua a ganhar força em universidades dos Estados Unidos, apesar da repressão policial que levou à prisão de mais de 200 pessoas desde a quarta-feira. Estudantes montaram acampamentos em cerca de 20 instituições de ensino superior, distribuídas em pelo menos 11 estados, com o objetivo de pressionar por um cessar-fogo imediato na Faixa de Gaza e exigir que suas reitorias tomem medidas efetivas para cortar laços com empresas que apoiam a guerra de Israel contra o Hamas no enclave palestino.

Os protestos foram marcados por confrontos entre manifestantes e autoridades policiais. No campus do Emerson College, em Boston, mais de 100 manifestantes foram presos em uma operação para desmontar o acampamento instalado desde domingo. A polícia local encontrou resistência por parte dos estudantes, resultando em ferimentos em quatro policiais durante a ação.

Além disso, outros episódios de prisões ocorreram em universidades como a Universidade do Sul da Califórnia (USC) e a Universidade do Texas em Austin, onde dezenas de pessoas foram detidas pelas autoridades estaduais. O governador do Texas, Greg Abbott, prometeu manter as prisões em curso até que os protestos fossem dispersados.

Mesmo diante da repressão, os estudantes continuaram manifestando em diversas instituições, defendendo pautas como o corte de laços financeiros com empresas relacionadas a Israel e o fim do apoio dos EUA à guerra. As administrações das universidades se viram diante do desafio de conciliar a defesa da liberdade de expressão com a manutenção da ordem, levando algumas instituições a suspender aulas presenciais e incentivar o uso de plataformas digitais para evitar prejuízos ao semestre letivo.

No entanto, a manifestação também gerou polêmica em relação à intimidação de estudantes judeus, levando o presidente da Câmara dos EUA a denunciar atos de antissemitismo. Organizações estudantis envolvidas nos protestos negam qualquer viés antissemita e afirmam que estão pautadas por ideais decoloniais e antissionistas.

Em meio a um cenário de polarização e tensão, os protestos pró-palestina nas universidades americanas continuam a desafiar as autoridades e a sociedade, mantendo-se como um ponto de debate e mobilização em todo o país.

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