Estudo revela crescimento agressivo do garimpo em terras indígenas na Amazônia brasileira, colocando em risco povos originários

Um estudo realizado pelo Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam) revelou que cerca de 241 mil hectares na Amazônia brasileira foram ocupados por garimpos, sendo equivalente a duas vezes o tamanho da cidade de Belém, capital do Pará. Destes, 25 mil hectares correspondem a áreas de 17 terras indígenas, representando um aumento significativo nas atividades mineradoras ao longo dos últimos 37 anos.

Entre 1985 e 2022, o impacto do garimpo aumentou de forma expressiva, especialmente nas terras indígenas, com um crescimento de 361% entre 2016 e 2022. O avanço do garimpo nas terras indígenas foi ainda mais acentuado, com um crescimento de 16 vezes nas áreas invadidas nesses locais.

O estudo ressalta que o impacto da mineração vai além das áreas ocupadas, afetando os rios que atravessam as reservas e atingindo diretamente a saúde indígena. A contaminação por mercúrio presente nas atividades garimpeiras tem consequências graves para a fauna, flora e populações locais.

Os pesquisadores também destacam a importância de rever a legislação minerária e fortalecer a legislação indigenista como forma de proteger as terras indígenas e os povos originários da região. O estudo aponta para a necessidade de medidas que garantam a desintrusão das terras indígenas e a demarcação adequada dos territórios para evitar novas invasões e impactos negativos.

Diante dos dados alarmantes apresentados pelo estudo, é fundamental repensar as políticas e práticas que têm favorecido o avanço do garimpo na região e buscar soluções sustentáveis que protejam a biodiversidade e as comunidades locais da Amazônia.

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