O levantamento analisou a atividade de mineração na região ao longo de 37 anos e apontou um aumento significativo no garimpo nos últimos seis anos, sobretudo nas terras indígenas, onde a atividade cresceu 361%. O uso de substâncias nocivas como o mercúrio para a extração do ouro tem causado danos graves nos rios que atravessam as áreas invadidas, afetando 139 povos indígenas.
A pesquisadora Martha Fellows Dourado destacou que o aumento do garimpo nessas regiões foi mais expressivo do que o esperado, com um crescimento de 1.339% em algumas terras indígenas em um curto período de tempo. Além dos impactos na saúde dos indígenas, o estudo revelou a contaminação da água, da vegetação e a morte de animais devido ao uso de mercúrio.
A metodologia utilizada no estudo envolveu o mapeamento das áreas afetadas pelos garimpos e a análise dos recursos hídricos, evidenciando a extensão do problema na região. Segundo os pesquisadores, a flexibilização da legislação minerária e a falta de punição para atividades ilegais têm contribuído para o avanço do garimpo, resultando em danos irreparáveis para os povos indígenas.
Diante desse cenário preocupante, o Ipam sugere a revisão das leis que facilitam a atuação dos garimpos ilegais e o fortalecimento da legislação indigenista, visando a proteção das terras e o reconhecimento dos territórios que ainda não possuem destinação legal. A preservação da Amazônia e o respeito aos direitos dos povos originários são fundamentais para garantir a sustentabilidade da região e a manutenção da biodiversidade.