Servidores do Judiciário e do Ministério Público protestam contra PEC do Quinquênio que beneficia magistrados e procuradores no Senado.

Nesta quarta-feira (24), os servidores do Judiciário e do Ministério Público se manifestaram contra a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) do Quinquênio, que pretende conceder um “bônus” na remuneração de magistrados, procuradores e promotores. Segundo a Federação Nacional dos Trabalhadores e das Trabalhadoras do Judiciário Federal e Ministério Público da União (Fenajufe), o quinquênio vai ampliar os gastos com a elite do setor, prejudicando as reivindicações básicas dos servidores.

A PEC, proposta pelo presidente do Congresso, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), contempla um acréscimo de 5% nos salários de magistrados e membros do Ministério Público a cada cinco anos, até atingir o máximo de 35% do teto constitucional. No entanto, essa medida pode representar um impacto orçamentário de R$ 40 bilhões, de acordo com o governo federal.

Apesar de ter sido aprovada na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado no último dia 17, a PEC ainda precisa passar por dois turnos de votação no plenário, com a necessidade de 49 votos favoráveis. Em seguida, a proposta deve ser votada na Câmara, onde precisa de 308 votos favoráveis, também em dois turnos, para entrar em vigor.

O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), expressou dúvidas sobre a aprovação da proposta na Casa. Por sua vez, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) busca negociar com os senadores para minimizar o impacto fiscal da medida.

A preocupação com a ampliação de privilégios para a cúpula do Poder Judiciário e a possível impossibilidade de reajuste salarial e nomeações de servidores a partir de concursos têm gerado debates intensos em torno da PEC do Quinquênio. A sociedade aguarda o desenrolar desse cenário e os possíveis desdobramentos políticos e econômicos que podem surgir dessa discussão.

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