Indígena do povo Xokleng é encontrado morto com sinais de espancamento e queimaduras em Santa Catarina, PF investiga o caso.

No último sábado (27), um triste acontecimento chocou Santa Catarina: um indígena do povo Xokleng foi brutalmente assassinado. O jovem Hariel Paliano, de 26 anos, foi encontrado sem vida às margens da rodovia que conecta os municípios de Doutor Pedrinho e Itaiópolis. Seu corpo apresentava sinais alarmantes de espancamento e queimaduras, evidenciando a barbárie do crime.

O Conselho Indigenista Missionário (Cimi) revelou que o homicídio ocorreu a apenas 300 metros da residência de Hariel, onde ele vivia com a mãe e o padrasto, este último sendo um líder da aldeia Kakupli. Não foi a primeira vez que a família foi alvo de violência, já que no dia 4 deste mês, tiros foram disparados contra a casa. Diante desse cenário de tragédia, a Polícia Federal (PF) está investigando o caso, em busca de respostas que possam levar à justiça.

É importante ressaltar que, no momento do crime, alguns indígenas da aldeia estavam retornando de Brasília, onde participaram recentemente do Acampamento Terra Livre (ATL). Essa coincidência sugere uma possível conexão entre o assassinato de Hariel e a presença dos indígenas na capital federal.

A região onde ocorreu o crime abriga a Terra Indígena Ibirama La Klaño, lar não apenas dos Xokleng, mas também das etnias Kaingang e Guarani. A disputa pela posse dessas terras foi objeto de análise pelo Supremo Tribunal Federal (STF), que considerou inconstitucional a tese do marco temporal para demarcação de terras indígenas.

Em meio a essa atmosfera de tensão e violência, o Cimi emitiu uma nota de solidariedade à família de Hariel, ressaltando que os episódios de violência na região têm se intensificado desde a aprovação do marco temporal pelo Congresso. A entidade também mencionou a decisão do ministro Gilmar Mendes, que determinou a realização de conciliação nas ações relacionadas à validade do marco. A atitude foi interpretada pelos defensores dos indígenas como uma vitória dos setores contrários à demarcação de terras indígenas no Brasil.

Em meio a tantas controvérsias e conflitos, a morte de Hariel Paliano serve como um lembrete sombrio dos desafios enfrentados pelos povos indígenas na luta por seus direitos territoriais e pela preservação de suas culturas ancestrais. Enquanto a justiça não prevalecer, a dor e a indignação continuarão a ecoar nos corações daqueles que clamam por justiça e respeito.

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