A papilomatose respiratória recorrente é uma condição causada pela infecção do HPV, principalmente pelos tipos 6 e 11, resultando na formação de verrugas na laringe e em outras partes do sistema respiratório. O tratamento atual envolve procedimentos cirúrgicos para remover as verrugas, porém mesmo com o uso de medicamentos, as recorrências são comuns, exigindo repetidas intervenções.
Para crianças com evolução desfavorável, as recidivas podem ser agressivas e o tratamento se torna custoso, doloroso e, muitas vezes, ineficaz. Por isso, a inclusão da vacinação como parte do tratamento é vista como um avanço importante para melhorar o prognóstico desses pacientes.
Além disso, a estratégia de dose única da vacina contra o HPV, adotada recentemente no Brasil, visa intensificar a proteção contra o câncer de colo do útero e complicações relacionadas ao vírus, incluindo a papilomatose respiratória recorrente. Essa medida foi respaldada por estudos de eficácia e está alinhada com as recomendações da OMS e da Opas.
A imunização contra o HPV no país é indicada para meninos e meninas de 9 a 14 anos, vítimas de abuso sexual de 15 a 45 anos, pessoas com HIV, transplantados e pacientes oncológicos. Além disso, o SUS passou a oferecer um teste inovador para detecção do HPV em mulheres, permitindo o rastreamento do câncer do colo do útero de forma mais eficiente.
Considerando a prevalência do HPV como a infecção sexualmente transmissível mais comum no mundo e sua associação com o câncer de colo do útero, a vacinação e o rastreamento adequado são essenciais para prevenir complicações graves. A inclusão dos pacientes com papilomatose respiratória recorrente na vacinação é um passo importante na luta contra essa doença e suas consequências devastadoras.