O ex-presidente destacou que o prognóstico é “muito complexo”, principalmente devido a uma doença imunológica que afeta seus rins há mais de 20 anos, o que complica o tratamento da neoplasia no esôfago. Apesar da gravidade da situação, Mujica afirmou que pretende continuar na cena política e expressou sua gratidão pela vida.
Consultada pela AFP, a médica pessoal de Mujica, Raquel Panone, revelou que ainda não foi confirmado se o tumor é maligno, mas que os exames estão em andamento para definir o tratamento adequado. Mesmo diante da incerteza, Mujica afirmou que seguirá militando politicamente, mantendo-se fiel aos seus ideais.
Seu afilhado político, Yamandú Orsi, favorito a se tornar candidato presidencial da Frente Ampla nas eleições de outubro, demonstrou consternação com a notícia do tumor, mas destacou o exemplo de vida e comprometimento de Mujica. Figuras políticas de todo o espectro uruguaio enviaram mensagens de apoio e solidariedade a Mujica.
Nascido em Montevidéu em 1935, José Mujica foi membro da guerrilha dos MLN-Tupamaros e passou 12 anos na prisão durante a ditadura cívico-militar no Uruguai. Em sua mensagem aos mais jovens, Mujica enfatizou a importância de recomeçar mesmo diante dos desafios e de sempre optar pelo amor em vez do ódio.
Apesar do momento delicado, Mujica afirmou que continuará aproveitando a vida ao lado de sua esposa, Lucía Topolansky, em um sítio nos arredores de Montevidéu. Sua determinação e coragem diante da adversidade são motivos de inspiração para todos que o admiram.