Aumento exponencial: Mortes cometidas por PMs em serviço mais que dobram no primeiro trimestre, atingindo recorde desde 2020.

No cenário paulista, o aumento expressivo das mortes causadas por agentes da Polícia Militar em serviço durante o primeiro trimestre deste ano tem gerado preocupação e levantado questionamentos sobre as estratégias de segurança adotadas pelo governo estadual. De acordo com dados da Secretaria da Segurança Pública (SSP), o número de ocorrências fatais cometidas por policiais mais do que dobrou em relação ao mesmo período de 2023, alcançando o maior patamar desde 2020.

A Operação Verão, deflagrada pela gestão Tarcísio de Freitas em fevereiro deste ano após a morte de um soldado da Rota, batalhão de elite da PM, foi marcada por 56 mortes em quase dois meses de ação. Esses casos foram caracterizados por acusações de excessos por parte dos agentes, colocando em destaque a necessidade de revisão das políticas de segurança pública adotadas.

A SSP, chefiada pelo capitão da reserva Guilherme Derrite, divulgou em nota que mantém um investimento contínuo na capacitação dos policiais, na aquisição de equipamentos de menor potencial ofensivo e na implementação de políticas visando à redução da letalidade. Além disso, o governador prometeu ampliar o programa de câmeras corporais como uma medida para aumentar a transparência e responsabilização dos agentes.

Os dados disponíveis no site da secretaria mostram que as mortes por policiais militares em serviço neste ano representam o maior índice para o período desde 2020, quando foram contabilizados 218 casos. No mesmo período de 2021, foram 162 ocorrências, enquanto em 2022, foram 74. Esse crescimento nas mortes por agentes em serviço rompe com a tendência de queda observada nos anos anteriores.

Especialistas apontam que o aumento das mortes por policiais, impulsionado pela Operação Verão, coloca o Estado de São Paulo de volta a índices de letalidade anteriores à implementação das câmeras corporais em 2020. A falta de gestão e controle na política de segurança pública é destacada como um dos principais fatores que têm contribuído para esses altos índices de letalidade.

Diante desse cenário preocupante, a Secretaria da Segurança Pública ressalta que as forças de segurança do Estado atuam estritamente dentro do dever constitucional, seguindo protocolos rigorosos. Todas as ocorrências são rigorosamente investigadas pelas polícias Civil e Militar, com acompanhamento do Ministério Público e do Poder Judiciário, garantindo a transparência e responsabilização em casos de excessos. Medidas de capacitação contínua e revisão de procedimentos estão sendo adotadas para garantir a segurança da população e dos agentes envolvidos.

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