O projeto passou por diversas modificações e a Casa Rosada teve que ceder a algumas demandas de seus aliados circunstanciais para obter um resultado favorável na Câmara. Com a minoria em ambas as Casas do Congresso argentino, o governo de Milei depende do apoio da chamada “oposição dialoguista” para conseguir aprovar as reformas propostas pelo presidente.
O projeto de Lei Bases abrange reformas em matéria trabalhista, privatizações de empresas públicas e a concessão de poderes extraordinários para o presidente, porém esses poderes serão limitados em comparação às expectativas iniciais do chefe de Estado. A declaração de emergência pública em áreas administrativa, econômica, financeira e energética foi aprovada para um período de um ano, sendo que o presidente buscava poderes amplos em mais de 10 áreas governamentais.
Além disso, o governo aguarda a votação do Pacote Fiscal enviado ao Parlamento, considerado fundamental por Milei para a implementação de seu programa de governo. A vitória no Parlamento foi possível graças ao apoio dos deputados do PRO, partido agora liderado pelo ex-presidente Mauricio Macri (2015-2019), e de dissidentes do peronismo, juntamente com a bancada minoritária de seu partido, A Liberdade Avança, em processo de consolidação em todo o país.
Dessa forma, a aprovação do projeto de Lei Bases representa um passo significativo para o governo de Milei e para as reformas pretendidas. Ainda assim, o cenário político argentino permanece instável, com desafios e negociações em curso para a implementação das demais medidas propostas pelo presidente.