Segundo Samara Felippo, esse não foi o primeiro episódio de discriminação racial vivenciado por sua filha na instituição de ensino. No ano anterior, a adolescente foi acusada injustamente de furto de um carregador de celular. A atriz ressaltou que essas situações são apenas pequenas camadas do racismo velado que as crianças negras enfrentam diariamente.
A escola se pronunciou dizendo que as alunas responsáveis pela agressão ao caderno foram suspensas e que houve acolhimento à vítima. Além disso, a direção da instituição está avaliando a possibilidade de aplicar outras sanções às agressoras.
Samara foi chamada para prestar depoimento na Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi), a fim de complementar o Boletim de Ocorrência registrado anteriormente. A atriz relatou que o caderno de sua filha foi devolvido ao setor de “achados e perdidos” da escola após ter folhas arrancadas e uma ofensa racial escrita.
A família da vítima ainda não decidiu se irá processar a escola e as famílias das agressoras na esfera civil. A advogada da atriz destacou que a adolescente deseja permanecer estudando no colégio, pois está se sentindo acolhida pelos amigos.
Por fim, os pais das duas meninas acusadas de racismo anunciaram que vão retirá-las do Colégio Vera Cruz. Em uma carta às famílias da turma do 9º ano, eles reconheceram a gravidade do ato e enfatizaram a necessidade de enfrentar o racismo estrutural, tanto dentro quanto fora de casa. Este caso evidencia a importância de combater atitudes discriminatórias e promover a conscientização sobre a igualdade racial na sociedade.