De acordo com registros da Ouvidoria Nacional dos Direitos Humanos do MDHC, as circunstâncias que resultaram na morte de Mbaye são consideradas suspeitas. A ação policial teria sido executada sem um mandado judicial de busca e apreensão, o que gerou questionamentos sobre o uso da força pelos agentes de segurança, que utilizaram balas de borracha e gás lacrimogêneo contra os moradores locais.
O ministro Silvio de Almeida se posicionou nas redes sociais nesta terça-feira (30), afirmando que determinou à ouvidora nacional de Direitos Humanos, Luzia Cantal, o acompanhamento e monitoramento do caso. Além disso, medidas foram solicitadas para uma apuração adequada dos procedimentos adotados pelos policiais, que, ao adentrarem o edifício sem autorização judicial, desrespeitaram a Constituição Federal e agiram com violência contra os residentes.
Serigne Mbaye, também conhecido como Talla, faleceu depois de cair do sexto andar de um prédio, durante a ação dos policiais que invadiram o local sem a devida autorização judicial. Testemunhas senegalesas relataram que os policiais abriram diversas portas de apartamentos até alcançarem a residência de Mbaye. Diante disso, o senegalês, ao perceber a presença dos policiais, correu em direção à janela.
A antropóloga Amanda Amparo, que esteve presente em um protesto no último dia 25, declarou que Mbaye jamais se colocaria em uma situação de risco a ponto de cair. Manifestantes presentes no ato pediram a investigação e punição dos policiais militares envolvidos na morte do imigrante, alegando que a perseguição aos imigrantes senegaleses na região central é frequente.
Embora a SSP tenha comunicado que a ação policial visava interromper o comércio de celulares roubados em um prédio da região, a morte de Mbaye foi registrada como um acidente no 2° Distrito Policial. Os manifestantes exigiram uma investigação mais abrangente, apontando que o falecimento de Mbaye está conectado ao padrão de opressão enfrentado pela comunidade imigrante senegalesa. A antropóloga ressaltou que é fundamental que essa problemática seja exposta, a fim de evitar outras mortes entre os senegaleses na região central de São Paulo.