De acordo com as informações obtidas, Danilo Martins procurou o Ministério Público para relatar as torturas que sofreu durante o curso de formação, resultando em ferimentos graves que o levaram a ficar internado por seis dias. Ele afirmou ter sido agredido e humilhado pelos colegas, culminando em uma sessão de oito horas de tortura, que só cessou quando ele assinou um termo de desistência do curso.
Além dos mandados de prisão, o Ministério Público determinou a apreensão dos celulares dos suspeitos. O comandante do batalhão, tenente-coronel Calebe Teixeira das Neves, foi afastado de suas funções. Já os policiais detidos provisoriamente foram encaminhados para o 19º Batalhão da PM, localizado na Penitenciária da Papuda.
As acusações feitas por Danilo são chocantes, envolvendo o uso de gás lacrimogêneo e gás de espuma, obrigação forçada de ingerir café com sal e pimenta, além de agressões físicas com pauladas, chutes e socos em diversas partes do corpo. O soldado relatou ter sido diagnosticado com múltiplas lesões enquanto esteve no hospital.
Em resposta às acusações, a Polícia Militar afirmou que o soldado Danilo pediu desligamento após a fase inicial do curso, alegando ter sido agredido. A corporação instaurou uma sindicância para apurar o caso, que está sob acompanhamento do Ministério Público. A PM ressaltou que todas as circunstâncias estão sendo investigadas e as imputações legais serão feitas conforme o devido processo legal.
Por outro lado, a defesa dos policiais militares detidos afirmou que está adotando todas as medidas legais para restabelecer a liberdade dos seus clientes. A defesa busca trazer suas versões aos autos para que o Poder Judiciário possa aplicar a lei da maneira mais justa possível. O advogado Marcos Barrozo, representante de Danilo, enfatizou que as lesões sofridas pelo soldado deixarão marcas profundas ao longo da vida e exigiu uma investigação rigorosa, além da responsabilização dos envolvidos.