Os policiais da tropa de choque agiram de forma violenta, interrompendo o protesto e detendo dezenas de pessoas. Os participantes do protesto, que já estava em sua terceira semana consecutiva, se reuniram em frente ao Parlamento para contestar o projeto de lei sobre “influência estrangeira”, que é considerado uma ameaça aos direitos humanos.
A Comissão Europeia se pronunciou contra o projeto de lei, afirmando que ele poderia impactar negativamente nas pretensões da Geórgia em se tornar membro da UE. O partido no poder, Sonho Georgiano, tem tentado aprovar o texto desde o início de abril, após uma tentativa fracassada no ano anterior.
Os opositores do projeto alegam que o texto se assemelha à lei russa de “agentes estrangeiros”, utilizada para silenciar a dissidência. Apesar da pressão da população e da UE, os deputados georgianos continuaram a analisar o projeto de lei em segunda leitura, com a expectativa de aprová-lo antes de meados de maio.
Manifestações também ocorreram em outras cidades do país, como Batumi e Kutaisi. Enquanto isso, uma contramanifestação organizada pelo Sonho Georgiano reuniu milhares de pessoas em frente ao Parlamento da Geórgia.
O presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, expressou preocupação com a incompatibilidade do projeto de lei com os requisitos para a adesão da Geórgia à UE. Em dezembro, a UE concedeu ao país o status de candidato à adesão, porém ressaltou a necessidade de reformas em seus sistemas judicial e eleitoral, liberdade de imprensa e limitação do poder dos oligarcas para que as negociações de adesão pudessem ser oficialmente iniciadas.