Embora seja um gesto principalmente simbólico neste momento, o reconhecimento do Estado palestino por esses países europeus pode pressionar Israel a também reconhecer a existência desse Estado, como afirma Agnès Levallois, do Instituto de Pesquisa e Estudos sobre o Mediterrâneo e o Oriente Médio. No entanto, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, historicamente se opõe à ideia de um Estado palestino, o que vai contra o consenso de que essa seria a única solução a longo prazo para o conflito na região.
O movimento de reconhecimento do Estado palestino por parte da UE pode fortalecer a posição da Autoridade Palestina e enfraquecer o Hamas, segundo Hasni Abidi, do Centro de Estudos e Pesquisas do Mundo Árabe e Mediterrâneo. Essa iniciativa pode impulsionar a voz da UE e contribuir para um debate que foi marginalizado recentemente.
O presidente do governo espanhol, Pedro Sánchez, destacou que o reconhecimento do Estado palestino faz parte do “interesse geopolítico da Europa”, o que sinaliza uma mudança de postura nesse tema. No entanto, países como França e Alemanha ainda não aderiram ao movimento unilateral de reconhecimento. O reconhecimento de um Estado Palestino por parte dos europeus pode representar um passo importante na busca por uma solução política de dois Estados na região.