Presidente do Senado critica judicialização da Lei 14.784 e aponta erro primário do governo que gera crise de confiança entre os Poderes.

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), fez críticas contundentes nesta terça-feira (30) à ação de judicialização promovida pelo governo em relação à Lei 14.784, de 2023, que prorroga a desoneração da folha de pagamento de empresas e prefeituras até 2027. Para Pacheco, essa atitude representa um erro primário por parte do governo federal e acaba gerando uma crise de confiança na relação entre os Poderes.

Durante uma entrevista coletiva, Pacheco ressaltou a importância do direito de acesso à Justiça, tanto para os cidadãos quanto para os poderes constituídos. No entanto, ele observou que, em um tema em discussão no contexto político, entre Executivo e Legislativo, a precipitação em acionar judicialmente pode ser interpretada como um equívoco. O presidente do Senado enfatizou que a atitude do governo foi inadequada sob vários aspectos.

Na semana passada, o ministro do STF Cristiano Zanin, atendendo a uma ação da Advocacia-Geral da União, concedeu uma liminar suspendendo a desoneração da folha e submeteu a decisão ao plenário. Após cinco ministros votarem pela confirmação da suspensão, o ministro Luiz Fux pediu vista e interrompeu a análise do caso, tendo um prazo de até 90 dias para liberar o processo.

Em outra frente, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, alertou para os riscos da manutenção da desoneração da folha de pagamento para determinados setores da economia e para os pequenos municípios, destacando a possibilidade de uma nova reforma da Previdência em um prazo de três anos.

Além disso, Pacheco condicionou a votação da PEC do Quinquênio, que propõe um adicional sobre o salário de carreiras jurídicas, à aprovação de um projeto que visa acabar com os supersalários no serviço público. Ele pontuou que a combinação dessas duas medidas resultaria em economia para as contas públicas, sendo fundamental para o cumprimento da meta fiscal do Estado brasileiro.

Neste cenário político e jurídico complexo, os debates continuam intensos e as decisões futuras terão impactos significativos no cenário econômico e fiscal do país. A tensão entre os Poderes se intensifica e a busca por um equilíbrio e diálogo harmonioso é essencial para o avanço das pautas importantes em discussão.

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