Primeiras solturas de mosquitos com Wolbachia devem reduzir casos de dengue em seis municípios brasileiros a partir de julho.

Seis municípios brasileiros estão se preparando para implementar uma nova estratégia no combate ao Aedes aegypti, mosquito transmissor de doenças como dengue, zika, chikungunya e febre amarela. Em julho, as cidades de Uberlândia (MG), Londrina e Foz do Iguaçu (PR), Presidente Prudente (SP), Joinville (SC) e Natal (RN) devem receber as primeiras solturas de mosquitos Aedes aegypti infectados com a bactéria wolbachia.

O método Wolbachia consiste em inserir a bactéria nos ovos dos mosquitos em laboratório, tornando-os incapazes de transmitir os vírus causadores das doenças mencionadas anteriormente. Quando esses mosquitos infectados se reproduzem, passam a bactéria para os descendentes, diminuindo assim a capacidade de transmissão de doenças para os seres humanos.

Antes da soltura dos mosquitos, é realizada uma etapa de engajamento comunitário para explicar a nova estratégia. A secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente do Ministério da Saúde, Ethel Maciel, ressalta que a região onde os mosquitos são liberados não pode receber inseticidas, pois o método se baseia na substituição da população de mosquitos portadores de wolbachia.

Segundo Ethel, são observados vários critérios para a escolha dos municípios participantes, incluindo a estabilidade de temperatura durante o dia. A estratégia já se mostrou eficaz em Niterói, no Rio de Janeiro, onde houve uma redução significativa nos casos de dengue, zika e chikungunya.

Além dos municípios mencionados, outras cidades brasileiras, como Rio de Janeiro, Campo Grande e Petrolina, também estão utilizando o Método Wolbachia. O Brasil, juntamente com Indonésia e outros três países, participa da pesquisa em parceria com o World Mosquito Program.

Recentemente, o Ministério da Saúde e o governo de Minas Gerais inauguraram a Biofábrica Wolbachia em Belo Horizonte, que ajudará o país a ampliar sua capacidade de produção dessa tecnologia fundamental no combate às arboviroses.

Com o investimento nessa nova estratégia, o Brasil se destaca como o primeiro país a adotar a tecnologia wolbachia como política pública para reduzir os casos de doenças transmitidas pelo Aedes aegypti a médio e longo prazo. Espera-se que, com a implementação bem-sucedida desse método, o país consiga controlar e diminuir significativamente os casos dessas doenças.

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