Segundo Lissette González, coordenadora de pesquisas da ONG Provea, durante os últimos 10 anos de gestão de Maduro, entre 2013 e 2023, foram registradas mais de 10 mil mortes causadas por órgãos do Estado venezuelano. A maioria dessas mortes é resultado de execuções extrajudiciais, juntamente com casos ocorridos durante protestos em massa nos anos de 2014, 2017 e 2019.
Além dos assassinatos, a ONG documentou 1.652 casos de tortura, destacando que o Estado não apenas reprime a liderança política, mas controla e reprime os membros mais vulneráveis e excluídos da sociedade. Por sua vez, a Foro Penal registrou 15.827 prisões entre 2014 e 2024, sendo que atualmente 273 pessoas estão detidas.
Gonzalo Himiob, advogado e vice-presidente da Foro Penal, alertou para um aumento significativo da perseguição a ativistas e militantes de forças políticas opositoras ao governo. Esse alerta se dá após a prisão de três ativistas políticos no último final de semana, o que é visto como uma tentativa de perseguir opositores antes das eleições presidenciais.
O aumento dos desaparecimentos forçados na Venezuela também tem sido uma preocupação. Desde janeiro, nove colaboradores da líder opositora María Corina Machado foram detidos, havendo relatos de desaparecimentos forçados em alguns casos. O Grupo de Trabalho sobre Desaparecimentos Forçados ou Involuntários das Nações Unidas alertou para a gravidade do cenário, especialmente no contexto das eleições presidenciais.
Diante desse panorama, a impunidade e a repressão são apontadas como as maiores violações dos direitos humanos na Venezuela. Com as eleições se aproximando, a tendência é de um aumento da repressão nos próximos meses, o que pode comprometer a liberdade e a democracia no país.