TSE amplia investigação sobre possível abuso de poder econômico na campanha de senador por SC, com veto de helicóptero cedido.

Em uma decisão que pode ter grandes repercussões políticas, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) votou por 6 a 1 a favor da ampliação da investigação no processo que busca cassar o mandato do senador Jorge Seif (PL-SC) por abuso de poder econômico durante a campanha eleitoral de 2022. A polêmica gira em torno das acusações feitas pela Coligação Bora Trabalhar, composta pelo PSD, Patriota e União Brasil, contra Seif.

O processo teve início com um recurso apresentado pelos partidos após o Tribunal Regional Eleitoral (TRE) de Santa Catarina ter rejeitado as acusações e mantido o mandato do senador em novembro do ano passado. As legendas alegam que Seif foi beneficiado pelo empresário Luciano Hang, dono das lojas Havan, através da disponibilização de estrutura para viagens em aeronaves da empresa, transmissões em redes sociais e envolvimento pessoal de Hang na campanha.

Além disso, os partidos apontam um suposto financiamento irregular da campanha, destacando a participação do senador em uma feira promovida pelo Sindicato de Indústrias de Calçados de São João Batista (SC) e o uso de um helicóptero cedido por outro empresário para deslocamentos durante eventos de campanha.

Durante a análise do caso, o relator do recurso, ministro Floriano de Azevedo Marques, determinou que a Havan forneça os prefixos de suas aeronaves e que os aeroportos de Santa Catarina enviem ao TSE informações sobre pousos de aviões da empresa e lista de passageiros. Multa de R$20 mil será aplicada em caso de descumprimento.

O voto pela ampliação da investigação contou com o apoio dos ministros André Ramos Tavares, Maria Isabel Galotti, Cármen Lúcia, Nunes Marques e do presidente Alexandre de Moraes. Apenas o ministro Raul Araújo foi contra, argumentando que a investigação não deveria ser reaberta.

A defesa de Jorge Seif insistiu que não há provas de abuso de poder econômico ou participação significativa de Luciano Hang na campanha do senador, afirmando que a tentativa de produzir tais provas foi infrutífera. A advogada Maria Claudia Bucchianeri destacou a narrativa contínua e o caráter questionável da situação processual.

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo