Aluna do 9º ano da Barra da Tijuca é denunciada por crime racial contra professor de Matemática em escola particular.

Um professor de matemática de uma escola particular na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio de Janeiro, registrou uma ocorrência policial contra uma aluna do 9º ano por proferir insultos racistas e gordofóbicos em um vídeo compartilhado em um grupo de colegas. O caso veio à tona no último dia 12, quando o docente compareceu à Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi) para relatar os xingamentos recebidos da adolescente de 14 anos.

No vídeo, a estudante inicialmente expressa sua insatisfação com o método de ensino do professor, alegando que ele não utiliza as apostilas de exercícios e que suas aulas seriam confusas. No entanto, a situação toma um rumo negativo quando ela passa a usar termos racistas e pejorativos para se referir ao educador, incluindo expressões como “cabeça negra careca”, “macaco fud***”, “baleia imensa” e “negro fud***”.

O episódio teria ocorrido em 22 de março e, três dias depois, o pai da aluna compareceu à 16ª Delegacia de Polícia (Barra) para registrar uma ocorrência contra a escola. Segundo ele, a instituição teria suspendido sua filha e estaria impedindo seu retorno às aulas. O pai alega que a aluna não dirigiu diretamente os insultos ao professor e que, embora tenha proferido xingamentos no vídeo, não forneceu detalhes precisos sobre o conteúdo das ofensas.

Além disso, o pai acusa a diretora da escola de chantagem, alegando que ela teria ameaçado divulgar o vídeo caso ele insistisse no retorno da adolescente. Ele ainda afirma que foi ludibriado ao assinar erroneamente um documento que resultou na solicitação de transferência da filha. Diante da expulsão da estudante, o pai recorreu à Justiça, e uma juíza determinou seu retorno às atividades escolares, enfatizando a necessidade de alternativas para coibir o comportamento inadequado em vez de aplicar medidas extremas como a expulsão.

A escola, em resposta ao caso, afirmou estar comprometida com a construção de uma cultura antirracista e com a formação de jovens que valorizem o respeito e a inclusão. Medidas disciplinares foram adotadas, e a instituição garantiu apoio ao profissional envolvido. O caso permanece sob segredo de Justiça, com um recurso sendo apresentado contra a decisão judicial.

Esse episódio levanta questões importantes sobre a necessidade de combater o racismo e a gordofobia no ambiente escolar, bem como sobre a importância de promover um ambiente seguro e saudável para todos os membros da comunidade escolar. A situação evidencia a urgência de educar e conscientizar os jovens sobre o respeito e a tolerância, reforçando a importância do diálogo e da punição adequada para condutas discriminatórias.

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