Brasil tem pior quadrimestre de queimadas desde 1998, com mais de 17 mil focos de incêndio – aumento de 81% em relação ao ano passado.

O Brasil enfrenta um grande desafio ambiental este ano, com um aumento significativo no número de queimadas em comparação com o mesmo período do ano passado. Segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisa Espaciais (Inpe), o país registrou um total de 17.182 focos de incêndios nos primeiros quatro meses de 2024, o pior quadrimestre desde 1998.

Esses números representam um aumento de 81% em relação ao mesmo período de 2023, quando foram registrados 9.473 focos de incêndio. O recorde anterior havia sido em 2003, com 16.888 focos no primeiro quadrimestre. Esses dados alarmantes colocam o Brasil como o terceiro país com maior número de queimadas na América do Sul, atrás apenas da Venezuela e da Colômbia.

O Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima declarou estado de emergência ambiental em 18 Estados brasileiros e no Distrito Federal devido ao calor e à seca. A situação é especialmente preocupante em regiões como o Pantanal, em Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, que estão enfrentando condições propícias para incêndios.

Segundo a meteorologista Ana Paula Paes, pesquisadora do Inpe, a ação humana, juntamente com o fenômeno climático El Niño, estão contribuindo significativamente para esse cenário preocupante. O El Niño causou uma redução de chuvas e ondas de calor, principalmente nas regiões norte e leste do Brasil. A expectativa é de que as condições melhorem a partir de maio.

A Amazônia, que é o bioma mais representativo do Brasil, lidera os registros de queimadas, com mais da metade dos focos ocorrendo na região. O Cerrado e a Mata Atlântica também estão sendo afetados, assim como o Pantanal, que é um dos ecossistemas mais ameaçados do país.

Diante desse cenário alarmante, o governo está adotando medidas para combater as queimadas, como a contratação de brigadistas e a implementação de planos de prevenção e controle do desmatamento e das queimadas. No entanto, a situação ainda é crítica em várias regiões do país, exigindo uma ação urgente e eficaz para proteger o meio ambiente e a biodiversidade brasileira.

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