Crescimento nas medidas infantis: crianças brasileiras estão mais altas e obesas, revela estudo da revista The Lancet Regional Health.

Um estudo recente publicado na revista científica The Lancet Regional Health – Americas revelou que as crianças brasileiras estão passando por mudanças significativas em relação à estatura e à obesidade. De acordo com a pesquisa, que analisou mais de 5 milhões de crianças, houve um aumento médio de 1 cm na estatura infantil e de mais de 2% na prevalência da obesidade em ambos os sexos.

O estudo foi conduzido por pesquisadores do Centro de Integração de Dados e Conhecimento para Saúde (Cidacs/Fiocruz Bahia), em parceria com a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e o University College London, uma instituição de ensino superior britânica. Os dados utilizados na pesquisa foram obtidos de três sistemas administrativos: o Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico), o Sistema de Informação de Nascidos Vivos (Sinasc) e o Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (Sisvan).

Segundo Carolina Vieira, pesquisadora responsável pelo estudo, a utilização de dados administrativos como ferramenta de pesquisa científica é bastante eficaz. A metodologia adotada permitiu separar os dados em dois grupos: crianças nascidas entre 2001 e 2007, e entre 2008 e 2014, possibilitando a comparação e a identificação de tendências.

Em relação à estatura, crianças de ambos os sexos apresentaram um aumento médio de 1 cm em sua trajetória de crescimento. Já em relação ao índice de massa corporal (IMC), que relaciona peso e altura de cada indivíduo, houve um crescimento sutil em ambos os gêneros. Além disso, houve um aumento na prevalência do excesso de peso, principalmente entre meninos de 5 a 10 anos.

No que diz respeito à obesidade, os dados apontaram um aumento de 2,7% entre meninos e 2,1% entre meninas na faixa etária de 5 a 10 anos. Nas crianças mais novas, de 3 e 4 anos, também foi observado um aumento na obesidade, ainda que em menor escala.

Esses resultados destacam a importância de políticas públicas e ações voltadas para a promoção da saúde e o combate à obesidade infantil no Brasil. Compreender essas mudanças nas estaturas e nos índices de obesidade das crianças é fundamental para garantir um futuro mais saudável e equilibrado para as gerações futuras.

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