A higiene é um dos aspectos mais afetados pela depressão, já que a impureza pode ser associada à preguiça ou imoralidade, o que leva as pessoas a sentirem vergonha de discutir seus sintomas com um médico. Christine Judd, psicoterapeuta da Austrália, explica que a fadiga causada pela depressão pode impedir que as pessoas encontrem energia para tomar banho, mesmo que queiram.
O ato de tomar banho pode se tornar um desafio ainda maior devido à dificuldade que a depressão impõe em resolver problemas, tomar decisões e estabelecer metas. O psiquiatra Patrick Bigaouette, da Clínica Mayo, ressalta que múltiplas etapas estão envolvidas no banho, o que pode ser avassalador para quem sofre com a doença.
A sensação de inutilidade, desesperança e outros pensamentos negativos também podem contribuir para a dificuldade em tomar banho, criando um ciclo vicioso no qual a falta de higiene reforça os sintomas depressivos. Diante desse cenário, os especialistas recomendam estabelecer metas menores, dividir o processo em etapas menores e tornar o banho mais agradável com produtos de cheiro agradável ou música.
Se a dificuldade em manter a higiene persistir, é importante procurar ajuda médica e considerar a terapia cognitivo-comportamental como forma de enfrentar os desafios subjacentes que tornam a falta de higiene um ciclo tão difícil de quebrar. A consulta com um médico e a terapia podem ser fundamentais para superar esse obstáculo e melhorar a qualidade de vida das pessoas que sofrem com a depressão.