Escola de madeira na Amazônia colombiana preserva memória do genocídio da borracha e denuncia ameaças atuais aos povos indígenas

Em uma pequena aldeia na exuberante Amazônia colombiana, uma escola de madeira se destaca como um monumento vivo da história sombria do “genocídio da borracha”, que ocorreu há mais de um século e teve como alvo os povos indígenas. Esta escola, localizada em La Chorrera, sul da Colômbia, é um lembrete das atrocidades cometidas pelos seringueiros contra os povos nativos durante a febre da borracha, que aconteceu entre o final do século XIX e o início do século XX.

A AFP teve a oportunidade de acompanhar uma missão do governo colombiano até a região, onde o ministro da Cultura, Juan David Correa, pediu desculpas aos povos indígenas pelo que descreveu como um “genocídio”. A história de horror que se desenrolou na região foi marcada pela escravidão, tortura e assassinato de milhares de indígenas em nome da extração de borracha.

Além de lidar com as feridas do passado, os povos indígenas da região também enfrentam ameaças contemporâneas, como a violência perpetrada por traficantes de drogas, fazendeiros, proprietários de terras, madeireiros e guerrilheiros. A falta de presença do Estado na região abriu espaço para a exploração dessas comunidades, que lutam para preservar sua cultura e proteger suas terras ancestrais.

A Casa Arana, que testemunhou séculos de sofrimento e dor, agora foi transformada em uma escola pública, cercada por campos de futebol e quadras de basquete. A memória dos povos indígenas é mantida viva através de murais que retratam os horrores vividos pelos seus antepassados.

Apesar de terem sobrevivido aos tempos sombrios do genocídio da borracha, os povos indígenas da Amazônia colombiana ainda enfrentam desafios e ameaças que colocam em risco sua existência física e cultural. O governo colombiano, juntamente com organizações internacionais, está trabalhando para proteger essas comunidades e garantir um futuro mais seguro e próspero para todos os povos indígenas da região.

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo