O estudo foi realizado com 237 pacientes que estiveram internados no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, em São Paulo, e mostrou que 92,4% deles apresentaram comprometimento pulmonar após se recuperarem da doença. Isso inclui casos graves, como inflamação pulmonar e o desenvolvimento de fibrose, mesmo após 18 a 24 meses da alta hospitalar.
O professor Carlos Carvalho, coordenador da pesquisa e titular da disciplina de Pneumologia da FMUSP, destacou a importância desses dados, especialmente considerando que todos os pacientes estudados tiveram casos graves da doença e foram internados antes da disponibilidade da vacina contra a Covid-19.
Além disso, o estudo ressaltou que fatores como tempo de internação, necessidade de ventilação mecânica invasiva e idade avançada foram determinantes para o desenvolvimento de lesões pulmonares tardias, como a fibrose pulmonar. Essa condição causa problemas na cicatrização dos pulmões, resultando em falta de ar progressiva e tosse seca frequente.
O professor Carvalho enfatizou a importância de continuar estudando as sequelas pós-Covid-19, pois a evolução dos pacientes não é homogênea e o monitoramento de longo prazo da saúde pulmonar é essencial. A comunidade médica e científica segue descobrindo novos aspectos sobre a fase crônica da doença, visando um melhor entendimento e tratamento das sequelas deixadas pelo vírus.
Diante dessas informações alarmantes, é fundamental que a sociedade esteja ciente dos riscos associados à Covid-19 e da importância de medidas preventivas e de acompanhamento médico adequado para os pacientes recuperados da doença. A pesquisa traz à tona a necessidade de um olhar mais atento e cuidadoso em relação às repercussões da infecção pelo coronavírus a longo prazo.