Desta vez, a manifestação ocorreu em dois locais distintos: em frente ao Parlamento, local habitual de protestos, e na Praça dos Heróis, onde está localizado um monumento em homenagem aos soldados georgianos mortos. Os manifestantes demonstraram sua insatisfação com o projeto de lei bloqueando estradas e exibindo faixas com os rostos dos deputados do partido no poder, Georgian Dream, a quem chamaram de “traidores”.
A aprovação do projeto em segunda leitura por 83 votos a favor e 23 contra na quarta-feira gerou ainda mais indignação entre os manifestantes, que clamam por um diálogo aberto sobre o tema. A repressão policial durante os protestos foi intensa, com detenções e uso de spray de pimenta contra os militantes.
Organizações internacionais, como o Alto Comissário da ONU para os Direitos Humanos e a União Europeia, criticaram veementemente o projeto de lei, alertando para os riscos que ele representa para a liberdade de expressão e associação no país. O Alto Comissário Volker Türk instou as autoridades georgianas a retirarem o projeto de lei e a dialogarem com a sociedade civil e os meios de comunicação.
A situação na Geórgia continua tensa e incerta, com os manifestantes mostrando determinação em resistir e defender seus direitos. As repercussões desse embate entre governo e sociedade civil certamente terão desdobramentos importantes nas próximas semanas, podendo impactar não apenas a vida política georgiana, mas também suas relações com a comunidade internacional.