O principal motivo para essa piora está relacionado à redução do superávit comercial, que sofreu uma queda de US$ 4,2 bilhões. O chefe do Departamento de Estatísticas do BC, Fernando Rocha, explicou que essa diminuição está ligada à queda nas exportações, influenciada principalmente pela redução nos preços internacionais de commodities como soja e petróleo, que são cruciais para as exportações do país.
Além do desempenho desfavorável na balança comercial, os déficits em serviços e renda primária contribuíram para o resultado negativo nas transações correntes. Os déficits nessas áreas aumentaram em US$ 660 milhões e US$ 378 milhões, respectivamente, impactando ainda mais as contas externas brasileiras.
Apesar desses desafios, Fernando Rocha destacou que as transações correntes do país têm um cenário robusto, com tendência de redução nos déficits em 12 meses, especialmente devido aos resultados positivos da balança comercial. Ele ressaltou que o déficit externo está sendo financiado por investimentos de longo prazo, principalmente os investimentos diretos no país, que são de alta qualidade e demonstram a solidez da posição externa brasileira.
No que diz respeito aos investimentos diretos no país (IDP), o mês de março surpreendeu, com um valor de US$ 9,591 bilhões, representando um aumento de 30,6% em comparação com o mesmo período do ano anterior. Esse resultado foi o maior desde 2012 e reflete uma confiança dos investidores no mercado brasileiro.
No acumulado do primeiro trimestre de 2024, o déficit nas transações correntes foi de US$ 14,398 bilhões, em comparação com o saldo negativo de US$ 12,620 bilhões no primeiro trimestre do ano anterior. O cenário econômico global continua a representar desafios para o Brasil, mas as perspectivas de recuperação e crescimento nos próximos meses são positivas.
Em resumo, o país enfrentou uma situação desafiadora em março de 2024, com um saldo negativo nas contas externas, mas os dados positivos relacionados aos investimentos diretos e a perspectiva de melhora na balança comercial alimentam as esperanças de uma recuperação econômica sólida nos próximos meses.
