Essa onda de protestos nas universidades americanas evoca momentos históricos, como as mobilizações dos anos 60 e 70, originadas pela Guerra do Vietnã, e os apelos pela desvinculação de investimentos na África do Sul durante o apartheid nos anos 80. Para a professora e historiadora de Harvard Julie Reuben, especialista em ativismo estudantil, as semelhanças e diferenças entre os protestos passados e atuais são dignas de reflexão.
Os anos 60 foram marcados por uma intensa mobilização, com temas que iam desde direitos civis até a Guerra do Vietnã, culminando em uma série de manifestações contundentes disseminadas por numerosos campi universitários nos Estados Unidos. No entanto, comparados aos protestos atuais, as demonstrações não atingiram a mesma escala, embora tenham se espalhado rapidamente entre as instituições de ensino.
A resposta das universidades diante dos protestos, tanto no passado quanto agora, também é objeto de análise. Enquanto as autoridades universitárias da década de 60 adotaram uma postura repressiva, a tendência atual de recorrer à polícia para conter as manifestações é vista com surpresa, uma vez que essa abordagem não se mostrou eficaz no passado.
Em suma, os recentes protestos em universidades americanas, embora remetam a um contexto histórico de ativismo estudantil, apresentam características próprias do cenário político e social atual. A rápida disseminação das manifestações e a maneira como as instituições de ensino respondem a elas revelam um panorama complexo e em constante evolução, cujas consequências ainda estão por se desdobrar.