Para compilar essas informações, a Unesco aplicou um questionário respondido por 948 jornalistas em 129 países, resultando em 905 respostas válidas. O continente africano foi o mais representado, seguido por Ásia e Pacífico, América Latina e Caribe, Europa, América do Norte e Estados Árabes.
Os jornalistas que atuam nessa área enfrentam não apenas desafios profissionais, mas também pessoais, uma vez que 60% deles relataram terem sido atacados na internet. Essa realidade resulta em uma autocensura que quase metade da classe profissional adota como forma de autopreservação, consciente de que suas reportagens podem desagradar empregadores e anunciantes.
O relatório também destaca a disparidade de gênero nesse cenário, mostrando que 80% das jornalistas mulheres lidam com ameaças psicológicas ou pressões ao cobrir questões socioambientais. Além disso, 62% delas afirmam ter sofrido mais ataques online do que seus colegas homens.
Outro dado alarmante é que, nos últimos 15 anos, 44 jornalistas que cobriam temas ambientais foram assassinados, com apenas cinco casos resultando em condenações. A violência e os ataques direcionados aos profissionais da imprensa que abordam essas questões indicam um grave problema que afeta a liberdade de expressão e a segurança desses profissionais ao redor do mundo.
Esses dados ressaltam a importância de garantir a proteção e o apoio aos jornalistas que atuam na cobertura de questões socioambientais, assegurando assim a liberdade de imprensa e o direito à informação da sociedade. A segurança e o bem-estar desses profissionais são fundamentais para a promoção de uma imprensa livre e democrática.