O Níger enfrenta a violência dos jihadistas do Boko Haram e dos militantes da Província da África Ocidental do Estado Islâmico (EI) na região sudeste de Diffa. Os EUA possuíam uma base de drones de US$ 100 milhões e cerca de mil soldados no país, mas a junta argumentou que o acordo de cooperação militar era imposto e ilegal, levando à expulsão das tropas americanas.
Além disso, a junta nigeriana também tomou a decisão de expulsar os 1,5 mil soldados franceses do país, antiga potência colonizadora. Com isso, o Níger acabou se tornando palco de rivalidade entre potências globais, já que, ao destacar tropas para a Base Aérea 101 na capital Niamey, a presença russa se aproximou da localização das forças americanas.
Essa movimentação coloca soldados dos dois países em locais próximos, justamente em um momento em que Washington e Moscou vivem um forte desacordo relacionado à guerra na Ucrânia. O secretário de Defesa Lloyd Austin afirmou que a presença russa na base do Níger não representa uma questão significativa em termos de proteção das forças dos EUA, minimizando o impacto dessa movimentação.
Por sua vez, o Kremlin, por meio do porta-voz Dmitry Peskov, não confirmou nem negou a presença russa na base do Níger, limitando-se a dizer que a Rússia está fortalecendo laços com países africanos em diversas áreas, inclusive na área de defesa. Esse cenário geopolítico complexo na região aponta para um afastamento ocidental progressivo, com a saída das tropas americanas de diferentes países africanos e a crescente influência da Rússia, que tem expandido sua presença e apoio militar na região.