Série da Netflix “Bebê Rena” gera debate sobre saúde mental ao retratar relacionamento doentio de stalker e perseguidor.

Recentemente, uma série da Netflix chamada “Bebê Rena” tem despertado grande interesse entre o público, colocando em pauta questões relacionadas à saúde mental. A trama gira em torno de uma advogada, Martha, que se apaixona de forma obsessiva por um aspirante a comediante, Donny Dunn. O que poderia ser uma relação saudável se transforma em um processo doentio de perseguição e stalkin.

Martha, interpretada por Jessica Gunning, adentra o local de trabalho de Donny como barman e, a partir de um simples gesto gentil dele, fantasia uma relação amorosa que não existe. Isso leva a um comportamento extremo por parte da advogada, que manda milhares de mensagens de texto, horas de correio de voz, tweets e cartas na tentativa de se colocar próxima de Donny, chegando inclusive a ser agressiva e violenta.

Em uma entrevista ao jornal O Globo, a psicanalista Fabiana Guntovitch levanta a possibilidade de que Martha apresente características de duas condições psicológicas distintas: a erotomania e o transtorno de personalidade borderline. A erotomania é uma desordem delirante na qual a pessoa acredita que alguém com um status elevado está apaixonado por ela, enquanto o transtorno de personalidade borderline envolve mudanças extremas de humor, dificuldade em lidar com rejeição e impulsos agressivos.

No Brasil, o transtorno de personalidade borderline é considerado comum, afetando mais de dois milhões de pessoas anualmente. Indivíduos com esse quadro frequentemente experimentam sentimentos intensos de raiva, medo de abandono e impulsos autodestrutivos. O tratamento, geralmente uma combinação de terapia psicológica e psiquiátrica, visa minimizar os sintomas e proporcionar qualidade de vida aos pacientes.

Martha, na série, não está em tratamento, o que intensifica suas atitudes obsessivas. Especialistas recomendam uma abordagem multidisciplinar para casos como o dela, que inclui o uso de medicamentos e acompanhamento terapêutico. Embora o desfecho da personagem na série seja dramático, é importante ressaltar que cada caso é único e requer um tratamento personalizado.

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