Alto Comissário da ONU classifica evacuação de Israel em Rafah como “desumana” e contrária ao direito internacional.

O comunicado do Alto Comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos nesta segunda-feira (6) foi marcado por duras críticas à ordem de evacuação de Israel para os habitantes do leste da cidade de Rafah, na Faixa de Gaza. Volker Türk classificou essa ação como “desumana”, indo contra os princípios fundamentais do direito internacional humanitário e das leis dos direitos humanos.

Segundo o Alto Comissário, os habitantes de Gaza já estão sofrendo com bombardeios, doenças e até mesmo fome, e agora são obrigados a se deslocar novamente em meio às operações militares israelenses em Rafah, que se intensificam. A ordem de retirada de dezenas de milhares de famílias palestinas do leste de Rafah foi vista como algo inconcebível, forçando a população a se deslocar para zonas já devastadas e com poucos recursos e abrigos.

Com mais de um milhão de pessoas sendo potencialmente deslocadas, o Alto Comissário alertou para os perigos e a miséria que isso pode acarretar. Após sete meses de guerra entre Israel e o Hamas na Faixa de Gaza, não há locais fora de Rafah com a infraestrutura adequada para acomodar um deslocamento massivo desse porte.

O movimento islamista Hamas, alvo das operações de Israel, prometeu destruí-lo completamente. Rafah, localizada na fronteira com o Egito, já se tornou um gigantesco campo de refugiados, onde vivem mais de um milhão de palestinos deslocados.

Diante desse cenário, os apelos do Alto Comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos são para que a população seja protegida e que se evite uma catástrofe humanitária ainda maior em uma região já tão castigada pela guerra e pelos conflitos históricos. Todas as partes envolvidas são instadas a respeitar o direito internacional e os direitos humanos em prol da paz e da segurança da população civil.

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