Os impactos da enchente são graves. Cerca de 70% da população está sem abastecimento de água, devido à paralisação de quatro das seis estações de tratamento da cidade. Além disso, a interrupção de energia elétrica afeta diversos pontos, o que gera um cenário caótico para os moradores locais. O aeroporto Salgado Filho precisou ser fechado e muitos acessos terrestres estão bloqueados, dificultando o deslocamento das pessoas.
Até mesmo o Hospital Mãe de Deus, na zona sul da cidade, teve que ser evacuado devido à cheia. Equipes de resgate, tanto do poder público quanto voluntárias, estão se mobilizando em barcos e jet skis para resgatar as pessoas que estão ilhadas, algumas delas precisando ser resgatadas de cima de telhados. O prefeito Sebastião Melo ressaltou a falta de recursos, como botes e coletes, para auxiliar nos resgates.
Segundo o Instituto de Pesquisas Hidráulicas da UFRGS, a previsão é de uma “cheia duradoura”, com níveis de água elevados no Rio Guaíba por mais de quatro dias, mesmo sem a ocorrência de temporais. A cidade já ultrapassou a cota de inundação, que é de 3 metros, e vive uma das piores cheias de sua história.
Diante desse cenário, o prefeito recomendou que os moradores que tenham casas no litoral deixem a cidade em direção às praias, que foram menos afetadas pelas chuvas. A Arena do Grêmio, inundada, foi alvo de saques na manhã de domingo, resultando em prejuízos para o clube. A cidade conta com 58 espaços de acolhimento e cerca de 6 mil pessoas desabrigadas. O aeroporto Salgado Filho deve reabrir entre 9 e 10 de maio.
A situação em Porto Alegre é caótica, com a população enfrentando desafios decorrentes da inundação do Rio Guaíba. As autoridades locais seguem mobilizadas para prestar assistência às famílias afetadas e garantir a segurança da população em meio a essa crise.
