Diretor da AIEA propõe medidas concretas para restabelecer confiança no programa nuclear do Irã em reunião com chanceler israelense.

O diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Rafael Grossi, esteve em Teerã nesta segunda-feira (6) para se reunir com o chanceler israelense Hossein Amir-Abdollahian. Durante o encontro, Grossi apresentou propostas de medidas concretas para restabelecer a confiança no programa nuclear iraniano.

A visita de Grossi ao Irã foi acompanhada por uma delegação da AIEA e incluiu participação em uma conferência sobre energia atômica, além de negociações com altos funcionários políticos e responsáveis pelo programa nuclear de Teerã. Mohammad Eslami, diretor da Organização de Energia Atômica do Irã, também participou das discussões.

Na tarde desta segunda-feira, Grossi teve uma reunião com o ministro das Relações Exteriores do Irã. Em seguida, o diretor da AIEA divulgou em sua rede social que propôs um conjunto de medidas práticas e concretas para restaurar a confiança no processo e aumentar a transparência no programa nuclear iraniano.

Essa foi a primeira viagem de Rafael Grossi ao Irã desde março de 2023, quando se encontrou com o presidente iraniano Ebrahim Raissi. A AIEA tem a responsabilidade de verificar a natureza pacífica do programa nuclear do Irã, mas desde 2021 as inspeções têm diminuído, as câmeras de segurança foram desligadas e o credenciamento de um grupo de especialistas foi suspenso.

Durante sua estadia de dois dias no país, Grossi seguirá para Ispahan, onde participará de uma conferência sobre energia nuclear e negociará com o diretor da Agência de Energia Atômica iraniana, Mohammad Eslami. A conferência se iniciou nesta segunda-feira e segue até quarta-feira, reunindo autoridades iranianas e internacionais para discutir questões relacionadas à energia nuclear.

Os desafios nas relações entre a AIEA e o Irã têm gerado preocupações em relação ao programa nuclear iraniano, que já dispõe de material suficiente para fabricar várias bombas atômicas. O Irã alega não ter intenções de desenvolver armas nucleares, mas seu enriquecimento de urânio a 60% tem levantado questionamentos e aumentado as tensões no cenário internacional.

As negociações para reviver o acordo internacional de 2015, que buscava regular as atividades nucleares do Irã, têm enfrentado obstáculos desde a saída dos Estados Unidos em 2018. Ataques e escaladas nucleares têm gerado preocupações e incertezas em relação ao futuro do programa nuclear iraniano e às relações com a AIEA.

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