Além da exposição, o coordenador de Comunicação do IPN, Alexandre Nadai, anunciou o lançamento de três livros e a realização do evento Samba no Museu, que contará com degustação de gastronomia afrobrasileira, com Tia Mara. As festividades em honra aos aniversários do IPN e do Cemitério dos Pretos Novos ocorrerão ao longo de todo o ano, com mais de mil circuitos históricos gratuitos de território de herança africana e mais de 43 oficinas online com temática afrocentrada.
Uma das ações previstas é um circuito dedicado aos quilombolas e povos de terreiro, assim como uma oficina voltada para educação antirracista destinada a professores. O IPN também realiza colaborações com escolas públicas do estado, buscando trazer à tona a história e o legado dos africanos escravizados no Brasil.
O Cemitério dos Pretos Novos, descoberto em 1996, é um importante marco na memória da escravidão no país, tendo recebido entre 20 mil e 30 mil pretos novos, escravos que morriam logo após desembarcarem no Brasil. O local foi palco de uma descoberta significativa em 1996, quando um casal encontrou ossadas humanas que confirmavam tratar-se de um cemitério de negros africanos.
A exposição “Será o Benedito?” de Fátima Farkas traz à tona personagens marcantes das lutas raciais, muitos deles esquecidos devido à herança racista e patriarcal. A artista utiliza retratos fotográficos de negros para reconstruir a memória, destacando figuras como Benedito Caravelas, líder quilombola, e João Cândido Felisberto, líder da Revolta da Chibata, entre outros personagens históricos.
O curador da exposição, Mauro Trindade, ressalta que a obra de Fátima Farkas não apenas denuncia o apagamento histórico, mas também recria a memória por meio da apropriação de retratos fotográficos de negros. A exposição “Será o Benedito?” estará em cartaz no Instituto Pretos Novos até 20 de julho, convidando o público a refletir sobre a memória e a representatividade da população negra na história do Brasil.